Escrever por escrever

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Location: Rabarrabos, Coimbra, Portugal

Tuesday, September 26, 2006

Património da Humanidade et cetera

Em Sintra tudo é romântico. Tudo é idílico.

Em Sintra quase tudo é um exagero. Para que se entrasse no Castelo dos Mouros – onde nunca houve um confronto – paga-se 4€, no Palácio e Parque da Pena 7€ – 4€ só pelo parque, mas não colocam a hipótese de alguém se dirigir directamente ao Palácio sem desfrutar da paisagem e dos percursos verdejantes e frondosos. Acho também um bocado absurdo que não haja descontos para estudantes ou portadores de Cartão Jovem. Mas se ao menos as condições de visita – a informação para o visitante – fosse condizente com o preço, eu nem reclamava. Já no Palácio Nacional foi surpreendente, como no Centro Histórico os ATM são escassos e nesse dia não havia dinheiro disponível, eu não tinha dinheiro e devia fazer 1,5 qm até levantar, então a recepcionista simplesmente ofereceu-me a entrada. Quanto ao Palácio em si – talvez se pudesse fazer mais pela sua museologia mas ainda assim aconselha-se.
Não deixa de ser relevante que com a enorme massa de visitantes não se possa dar atenção a cada um deles e as visitas sejam pouco profundas – cada um entrará nos monumentos, olhará e discorrerá conforme os próprios conhecimentos.

A condução é exemplar. Um dos condutores de autocarro que me transportou foi excepcional – subindo pela Serra sempre a abrir numa condução ao nível de Crazy Taxi – ou Crazy Bus; só abrandando quando um nosso hermano surgiu a 20 à hora importunando o nosso cruzeiro; quanto aos taxistas, estúpidos como em qualquer outro canto lusitano – pergunto Posso responde Sim, entro pela porta do lado esquerdo, então reclama Não se pode entrar por essa porta, ela tá estragada, agora tenho que lha fechar… béu béu béu.

Cada vez que vou a Sintra, frequento o Museu de Arte Moderna. Mas ainda estou a quilómetros-luz de compreender certas expressões, algumas telas para mim não passam de um monte de rabiscos, muitas vezes coisas que julgo o meu sobrinho de sete anos capaz de fazer.
Desta vez, a propósito da exposição agora patente, tínhamos logo no hall de entrada um boneco imitando um homem e uma senhora deitados e agarrados nus – o mais curioso foi a “senhora” estar virada de tal modo que tinha as partes podengas* viradas para quem entra no museu – muito apelativo sem dúvida. Ainda estou para compreender certa Arte Moderna – para mim defecar numa lata de sardinhas vazia não é arte, ainda que uns lucrem com isso 20.000€ - muita Arte tenho mandado pia abaixo e posto na reciclagem. Quem me tira Ticciano, Botticelli, Vermeer ou Turner tira-me tudo.

* - O uso desta palavra é uma homenagem a quem nós sabemos.

Amigo do Povo

Coimbra, 8 de Junho de 1969

Publica o Amigo do Povo – Semanário Católico:

Em Nova Zelândia, um banco aceitou como um cheque uma folha de couve, selada e assinada. Desconhece-se o valor do cheque.

Anda a malta em Portugal a falsificar dólares para depois se descobrirem no fundo do baú notícias destas. Só um momento que vou tirar o dinheiro, perdão, as couves da panela.

Por estas e por outras, o Botas caiu da cadeira nesse ano, ficou (ainda mais) chéché e Portugal libertou-se das grilhetas 6 anos depois. Mas ainda falta libertar-se de outras!

Friday, September 08, 2006

Saias...

Todos sabemos que em Português, conforme a pessoa ou pessoas que agradece/m se utiliza Obrigado, Obrigada, Obrigados e Obrigadas.
Onde é que eu quero chegar com isto? Meus amigos, isto conduziu-me esta manhã à descoberta de um grande caso de travestismo na minha aldeia! O horror! A tragédia!
Ora bem o L. é casado com T. e têm uma filha. Até aqui tudo bem. Mas hoje ele abordou-me e pediu-me um favor. Era coisa pequena e ficou resolvido logo ali - ele queria o número de telefone de uma pessoa. Nos “bons dias e até logo”, ele diz categoricamente: Obrigada. Naquele momento, eu vi uma farsa muito bem montada, um caso muito bem camuflado, acima de tudo uma família à beira da destruição! Isso ou um empreiteiro azeiteiro que mal sabe ler e escrever.

As iniciais dos nomes não correspondem aos verdadeiros e as profissões foram adulteradas para que se preservasse a identidade e dignidade dos indivíduos.