Escrever por escrever

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Location: Rabarrabos, Coimbra, Portugal

Monday, July 30, 2007

Verde, L-21

Os zombies andam aí.
Basta estar 2 minutos no parque de estacionamento de um qualquer centro comercial.
Vagueam com ar perdido no horizonte de um amontoado de carros, desolados, desesperados mesmo.
Porquê? Porque não se recordam onde deixaram o carro.
E andam ali. Com crianças pela mão ou ao colo. A empurrar o carrinho das compras. Ou simplesmente de mãos a adejar.
Da próxima vez, escrevam num papelinho ou no telemóvel.
Verde L-21. O meu carro está ali.

Thursday, April 19, 2007

Carta Aberta ao Director de Informação da RTP

Caro Director,

Escrevo-lhe porque me vejo no direito e na obrigação de o fazer.
O assunto que me levou a redigir este pedido é bem simples.
Julgo eu que é o pedido de muitos mais milhares de espectadores portugueses.
Sendo que os cidadãos activos pagam parte dos seus impostos para o serviço público de televisão, será também justo que seja atendida esta pretensão.

A propósito das recentes tempestades no Arquipélago dos Açores, são entrevistados alguns populares. E é aí que reside o busílis. Eu não percebi nada. Por favor, coloquem legendas nestas notícias, já que são gravadas com alguma antecedência. Se fôr em directo, resignar-me-ei por tão grande incompreensão da minha parte.

Mui grato,
Ricardo Santos.

Saturday, January 06, 2007

O Horror...

...as Imagens da Vida Real.

Pois é, eu era muito mais feliz antes de ver certas e determinadas coisas.
Por que é que a televisão mostrou o Major Valentão em robe e charuto à porta de casa?
Eu era tão feliz na minha inocência.
Por que é que a Carolina Salgado publicou fotos do Pinto da Costa, enrolado numa toalha ou só com uns calções de banho, na sua - suposta - biografia?
Eu era mesmo tão feliz na minha pobre e humilde inocência.
Meus senhores, tenham piedade, não nos massacrem mais. Há crianças que vão ficar traumatizadas.

scooters, vacation, fall

Estive muito tempo sem cá vir. Já passou o Natal, a Passagem de Ano e hoje são os Reis.
Já agora, Janeiro chama-se assim porque é homenagem a Janus, um Deus romano de 2 caras - a Boa e a Má, o Passado e o Presente, a Desilusão e a Esperança.

Curioso, é que também o www.blogger.com está diferente. Agora no final do post tem isto:
Labels for this post: e.g. scooters, vacation, fall
É um bocado estranho. Não vou escrever sobre Scooters, Férias, ou o Outono. Mas enfim.
No entanto, já que falam em Outono, adoro pisar as folhas secas no passeio, adoro as folhas vermelhas que eram verdes no Verão. Os dias estão a aumentar e já vamos a caminho da Primavera.

Um bom ano para todos. Percam esses 4 quilos que engordaram a empaturrar filhós, rabanadas, bolo-rei, torresmos (porque não?).
Frequentem bibliotecas e andem a pé!

Áuguinha!

Aqueles jantares muito aborrecidos, a que somos obrigados a ir, servem, no entanto para muita coisa.
Há tempos estava sentado à mesa e comecei a ler todos os rótulos que me apareciam à frente.
Reparei numa coisa:
-Comemos cada porcaria.

Ora vejamos. Emulsificantes. Poliricinoleato de poliglicerol. Tiamina. Riboflavina. Niacina. Dióxido de titânio. Et cetera.

Tenham cuidado. Tenham muito cuidado.

Wednesday, October 11, 2006

Silvas e Cavacos

Ouço ontem de manhã na rádio que Sua Excelência O Presidente da República Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva a propósito do Roteiro da Inclusão vai visitar uma instituição que apoia emigrantes ilegais (Fátima Felgueiras?), pobres, crianças abandonadas (João Loureiro?), prostitutas (Carolina Salgado?).

Que instituição é essa? São Bento? É um fora, outro dentro.

Tuesday, September 26, 2006

Património da Humanidade et cetera

Em Sintra tudo é romântico. Tudo é idílico.

Em Sintra quase tudo é um exagero. Para que se entrasse no Castelo dos Mouros – onde nunca houve um confronto – paga-se 4€, no Palácio e Parque da Pena 7€ – 4€ só pelo parque, mas não colocam a hipótese de alguém se dirigir directamente ao Palácio sem desfrutar da paisagem e dos percursos verdejantes e frondosos. Acho também um bocado absurdo que não haja descontos para estudantes ou portadores de Cartão Jovem. Mas se ao menos as condições de visita – a informação para o visitante – fosse condizente com o preço, eu nem reclamava. Já no Palácio Nacional foi surpreendente, como no Centro Histórico os ATM são escassos e nesse dia não havia dinheiro disponível, eu não tinha dinheiro e devia fazer 1,5 qm até levantar, então a recepcionista simplesmente ofereceu-me a entrada. Quanto ao Palácio em si – talvez se pudesse fazer mais pela sua museologia mas ainda assim aconselha-se.
Não deixa de ser relevante que com a enorme massa de visitantes não se possa dar atenção a cada um deles e as visitas sejam pouco profundas – cada um entrará nos monumentos, olhará e discorrerá conforme os próprios conhecimentos.

A condução é exemplar. Um dos condutores de autocarro que me transportou foi excepcional – subindo pela Serra sempre a abrir numa condução ao nível de Crazy Taxi – ou Crazy Bus; só abrandando quando um nosso hermano surgiu a 20 à hora importunando o nosso cruzeiro; quanto aos taxistas, estúpidos como em qualquer outro canto lusitano – pergunto Posso responde Sim, entro pela porta do lado esquerdo, então reclama Não se pode entrar por essa porta, ela tá estragada, agora tenho que lha fechar… béu béu béu.

Cada vez que vou a Sintra, frequento o Museu de Arte Moderna. Mas ainda estou a quilómetros-luz de compreender certas expressões, algumas telas para mim não passam de um monte de rabiscos, muitas vezes coisas que julgo o meu sobrinho de sete anos capaz de fazer.
Desta vez, a propósito da exposição agora patente, tínhamos logo no hall de entrada um boneco imitando um homem e uma senhora deitados e agarrados nus – o mais curioso foi a “senhora” estar virada de tal modo que tinha as partes podengas* viradas para quem entra no museu – muito apelativo sem dúvida. Ainda estou para compreender certa Arte Moderna – para mim defecar numa lata de sardinhas vazia não é arte, ainda que uns lucrem com isso 20.000€ - muita Arte tenho mandado pia abaixo e posto na reciclagem. Quem me tira Ticciano, Botticelli, Vermeer ou Turner tira-me tudo.

* - O uso desta palavra é uma homenagem a quem nós sabemos.

Amigo do Povo

Coimbra, 8 de Junho de 1969

Publica o Amigo do Povo – Semanário Católico:

Em Nova Zelândia, um banco aceitou como um cheque uma folha de couve, selada e assinada. Desconhece-se o valor do cheque.

Anda a malta em Portugal a falsificar dólares para depois se descobrirem no fundo do baú notícias destas. Só um momento que vou tirar o dinheiro, perdão, as couves da panela.

Por estas e por outras, o Botas caiu da cadeira nesse ano, ficou (ainda mais) chéché e Portugal libertou-se das grilhetas 6 anos depois. Mas ainda falta libertar-se de outras!

Friday, September 08, 2006

Saias...

Todos sabemos que em Português, conforme a pessoa ou pessoas que agradece/m se utiliza Obrigado, Obrigada, Obrigados e Obrigadas.
Onde é que eu quero chegar com isto? Meus amigos, isto conduziu-me esta manhã à descoberta de um grande caso de travestismo na minha aldeia! O horror! A tragédia!
Ora bem o L. é casado com T. e têm uma filha. Até aqui tudo bem. Mas hoje ele abordou-me e pediu-me um favor. Era coisa pequena e ficou resolvido logo ali - ele queria o número de telefone de uma pessoa. Nos “bons dias e até logo”, ele diz categoricamente: Obrigada. Naquele momento, eu vi uma farsa muito bem montada, um caso muito bem camuflado, acima de tudo uma família à beira da destruição! Isso ou um empreiteiro azeiteiro que mal sabe ler e escrever.

As iniciais dos nomes não correspondem aos verdadeiros e as profissões foram adulteradas para que se preservasse a identidade e dignidade dos indivíduos.

Monday, August 28, 2006

R.I.P.

Foi há 9 anos que o fui buscar. Já tinha um ou dois meses e veio numa caixa de um qualquer electrodoméstico Braun. O seu nome acabaria por ser Bru. Em 9 anos assistiu a muita coisa nesta casa. Em 2000, o meu pai morreu. Acredito que também o Bru se ressentiu, afinal de contas eu estava na escola e os meus irmãos a trabalhar – era com o meu pai que o Bru mais vivia na altura. A minha irmã acabou por comprar apartamento e também foi embora e o meu irmão casou e foi viver com a esposa. Fiquei eu, sozinho com o Bru. E como ainda estava a acabar o curso ele ficou muitas vezes só.
Foi um companheiro espectacular. Muitas brincadeiras fizemos, muito banho na Lagoa ele tomou – atirado por mim. Corridas que fizemos. Momentos mais sossegados. Ele a lamber-me a cara, quando eu estava mais triste. Ele era fantástico. Uivava bem sonoramente quando se sentia só. Rastejava metros e metros para coçar a barriga. Tinha um pelo lindíssimo que fazia questão em sujar logo após lhe dar banho. Uma cauda belíssima como a de uma raposa. Ladrava a toda a gente. Mas não fazia mal a uma mosca. Excepto os outros cães, fossem eles o dobro ou o triplo dele. Tinha as suas particularidades e era muito especial por isso.
Estava doente a uns meses e agora partiu. Esta é a minha pequena homenagem. Nunca acreditei em ideias metafísicas ou religiosidades. A verdade é que sentirei muito a falta dele.

D.M.S.
BRU SANCTORUM
ANNORUM IX
CLARISSIMUS CANIS
S.T.T.L.